Já passou o Dia Mundial da Poesia, 21 de março, e para que serve este dia? Não fala de nenhuma causa social ou ambiental. Vou guardar todas as perguntas, para um dia encontrar resposta.
Há dias viajava de carro na autoestrada – serena e disposta a deixar o tempo passar- e assisti ao nascer do Sol. “Que poético!”, exclamei, mas onde estão os versos? Como boa viagem de automóvel, tem o seu tom introspetivo e pensava sobre estas perguntas: o que é a poesia? A vida pode ser poética? Claro que as pessoas que viajavam comigo não estavam certamente sintonizadas com a minha linha de pensamento.
Ao poeta é lhe dada a capacidade da dor fazer cor, mas por
vezes nem todas as pessoas conseguem entender. E, será que só em palavras temos
poesia? Vi o sol, sinto o vento e as emoções e isso é poético; e não estão
verso nem preocupados com silabas métricas ou figuras de estilo.
Se resumirmos a poesia a recursos linguísticos, nitidamente,
tornar-se-á pouco cativante. Todavia se virmos a poesia como um rio que oxigena
a nossa alma, procurávamo-la avidamente. Mas parece que uma neblina nos
congestiona a nossa perceção e não nos deixa beber desta fortuna. Igualmente,
não quero ver a poesia apenas como algo extraordinário e engenhoso com as
palavras. Se a vida alguma vez for poética e pelo desfrutar do cotidiano: sol,
vento, tempo, natureza e tudo o que clame na nossa alma.
Talvez o Dia Mundial da Poesia, sirva para que todos tenham
forma de encontrar o poeta da sua alma. O poeta é aquele que com a sua
inquietude vê que a vida é poética e quer desassossegar para que todos a
sintam.
Gostei imenso, Elsa. Identifico-me muito com a cena na autoestrada.
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